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Os recentes avanços em pesquisas nas doenças cardiovasculares

Hand cupping stethoscope health concept

Nos últimos anos, a cardiologia tem experimentado avanços notáveis que têm o potencial de revolucionar a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Essas inovações vão desde novas terapias até tecnologias avançadas, oferecendo esperança e melhorias substanciais para aqueles que enfrentam desafios cardiovasculares.

Mais de 30 mil profissionais de saúde de 175 países se uniram no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) em Amsterdã, na Holanda, em agosto. No evento, foram compartilhados mais de 3,7 mil estudos e relatos de casos, sendo que cerca de 80 deles conquistaram destaque em revistas renomadas. A ESC também lançou quatro novas diretrizes abrangendo temas como síndromes coronarianas agudas, endocardite, doenças cardiovasculares em diabetes e cardiomiopatias.

Semaglutida para pacientes com insuficiência cardíaca

Um dos grandes destaques do congresso foi a semaglutida, inicialmente aprovada no Brasil para diabetes e recentemente para obesidade. O medicamento revelou benefícios no alívio dos sintomas relacionados à insuficiência cardíaca. Esse impacto positivo foi especialmente notável em pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção preservada, muitos dos quais também enfrentam problemas de peso.

Novas diretrizes para diabetes e problemas cardiovasculares

No âmbito das diretrizes para diabetes, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) destaca a necessidade de reduzir o risco cardíaco em pacientes com diabetes tipo 2. Recomenda-se o uso de duas classes de medicamentos para reduzir o risco cardíaco nessa população: os chamados inibidores de SGLT2, como a empaglifozina, ou agonistas de receptores de GLP-1, como a semaglutida. O cuidado interdisciplinar e centrado no paciente também é defendido como forma de melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade em pacientes diabéticos com problemas cardiovasculares.

As novas diretrizes também introduzem o SCORE2-Diabetes, um método inovador para avaliar o risco de infarto em pacientes com diabetes tipo 2 ao longo de dez anos. Esse sistema leva em conta fatores tradicionais de risco cardiovascular, como idade, tabagismo, pressão arterial e níveis de colesterol, além de dados específicos relacionados ao diabetes, como idade no diagnóstico, níveis de glicose e função renal. A partir disso, os indivíduos devem ser classificados como de risco baixo, moderado, alto ou muito alto.

Outros destaques

Outro destaque do congresso foi a relação entre a deficiência de ferro e insuficiência cardíaca. Estudos indicam melhorias nos sintomas, capacidade funcional e qualidade de vida com a reposição de ferro, embora o impacto na mortalidade ainda não esteja completamente esclarecido. Um estudo com 4.501 voluntários revelou uma redução nas hospitalizações cardiovasculares e internações por insuficiência cardíaca com a suplementação de ferro.

Essas descobertas destacam o papel vital das pesquisas em cardiologia na evolução da medicina. O Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, ao reunir anualmente milhares de profissionais de saúde e apresentar uma gama extensa de estudos e descobertas, demonstra o compromisso contínuo da comunidade médica em buscar avanços na área de cardiologia, ampliando não apenas nosso entendimento das doenças cardiovasculares, mas também transformando a prática clínica e as abordagens terapêuticas.

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